Já faz meia hora que estou sentada encarando o nada, pensando em tudo. Palavras duras martelam no meu peito com uma força excruciante. Estou refletindo sobre a vida, as pessoas e como expectativas são frustradas o tempo inteiro.
A vida, em si, é uma prova. Na maioria das vezes, é como uma folha de papel em branco que devemos preencher. A felicidade vem gradualmente, em pequenas doses, pequenos momentos. As tristezas se acumulam pelo caminho e ninguém te ensina, verdadeiramente, a lidar com elas. Você aprende (ou não) de algum jeito e segue adiante.
As pessoas são a complexidade da equação. Nossas relações têm potencial construtivo e destrutivo, simultaneamente. Ficamos à mercê de atitudes, palavras e pensamentos, tanto dos outros, quanto nossos próprios. Isso costuma causar angústia, por diversas vezes. Depender dos outros é normal, afinal vivemos em coletividade, apesar disso não tornar o processo menos difícil.
Expectativas são projeções que criamos, achando que temos o direito de fazê-lo, quando é bem o contrário. Temos a ideia de que tudo e todos têm que corresponder ao que esperamos (mesmo que neguemos) e isso também é normal, só não quer dizer que é exatamente correto.
Penso nisso porque nossa relação com essas idealizações, principalmente as nossas próprias, são, por muitas vezes, uma batalha árdua. Nada nunca é o suficiente. Sempre se exige mais, mais e mais e mesmo que seja entregue o máximo, não é o bastante.
Isso gera o inevitável sentimento de frustração. Às vezes nem mesmo sabemos porque queremos agradar tanto. É como se vivêssemos em busca de uma validação boba do mundo, quando ele nos ignora. E é a partir daí fazemos uma escolha: ou continuamos tentando nos encaixar em expectativas, ou deixamos para lá e vivemos como podemos. Parece óbvio que a escolha correta é a de viver a vida e o resto que "se exploda", mas nem sempre é assim.
Discutir, em alguns momentos, é algo desgastante e inútil. Por isso respiro fundo, penso em coisas que gosto, conto até dez e sigo, mesmo não querendo. Não há outra opção.
Por isso, às vezes é preferível calar-se e observar em silêncio. Fazer o que tem que ser feito e nada mais, nada menos. As expectativas alheias não podem importar mais do que o que você sente e as suas próprias expectativas não podem acabar com você mesmo.