#myplaylist: Anos 70 - O exagero faz parte do espetáculo

Queen
A banda Queen nos anos 70 nos mostrando que ser barbeiro era difícil.

Nota Agosto/2022:
Post originalmente feito em maio de 2020 e agora atualizado. Espero que gostem!

Hey, pipous!
Continuando a série especial de décadas no #myplaylist (você pode conferir o post dos anos 60 aqui), chegou a vez dos anos 70. Prepare-se para muito glamour e muitas histórias babadeiras, também. Lembrando que a ordem dos artistas apresentados é aleatória, portanto, nada tem a ver com nível de favoritismo. Vamos lá?

Os anos 70

Muitos acontecimentos marcaram esse período, como os "anos de chumbo" no Brasil, o caso Watergate nos EUA e as guerras, em especial nos países africanos, em busca da independência. Andy Warhol, grande amigo da banda The Velvet Underground, se tornava um expoente da pop art e do cinema experimental. E os barbeiros sofriam pra trabalhar, já que, aparentemente, ninguém cortava o cabelo.

A música na década de 70

Nessa época surgiu o movimento punk, além dos subgêneros glam e hard rock, além do chato rock progressivo e da new wave. Também ocorreu a explosão da disco music, em grande parte por influência filme Saturday Night Fever (em PT-BR: Os Embalos de Sábado à Noite), estrelado por John Travolta. Também rolou a separação dos dos Beatles, as mortes de vários membros do clube dos 27 (Janis Joplin, Jimi Hendrix e Jim Morrison, do The Doors), além do lendário baterista do The Who, Keith Moon, e do rei do rock, Elvis Presley.

1 - Elton John
Elton na década de 70, mas poderia ser o Milton Cunha também, né?

Nascido Reginald Kenneth Dwight, conhecido mundialmente como Sir Elton Hercules John, o primeiro artista dessa lista é uma lenda viva da música e seu legado é impressionante. Considerado pela Billboard o artista solo mais bem sucedido de todos os tempos, Elton John nasceu em 25 de março de 1947, na Inglaterra. Aclamado, badalado, premiado - oscarizado, by the way -, ele já mostrava talento desde cedo, tendo começado a tocar piano com apenas 3 anos de idade (e nós nessa idade comendo terra). Quando adolescente, em meados da década de 60, fez parte do grupo Blueslogy, dando o pontapé inicial no mundo da música. Mas apenas em 1967, quando já não mais integrava o conjunto, firmaria a parceria de sucesso que marcaria sua carreira: com o letrista Bernie Taupin, responsável pela composição da maioria de seus hits e obras musicais. Foi nessa época também que Reginald adotou o nome artístico Elton John, inspirado nos nomes de 2 integrantes de sua antiga banda, Elton Dean, saxofonista, e Long John Baldry, o vocalista.
Seu grande boom foi na década de 70, na qual consolidou-se como uma das vozes mais marcantes do rock. Seu estilo único e suas músicas incríveis o tornaram um ícone, que até hoje é referência e inspiração para jovens artistas.
Como muitas celebridades da época, teve envolvimento com drogas, o que acabou causando danos em suas cordas vocais, conforme a revista Rolling Stone. Foi submetido a uma cirurgia na garganta no início de 1987 para resolver o problema. Essa intervenção fez com que ele perdesse um pitch na voz, mas nada que pudesse interromper a carreira incrível que nos encheu de hits.
Em 2019, sua vida foi levada às telonas no filme Rocketman, estrelado por Taron Egerton (de Kingsman) no papel principal e Jamie Bell (o eterno Billy Elliot) como Bernie Taupin. Elton ganhou o Oscar de melhor canção original por (I'm Gonna) Love Me Again e Egerton levou para casa o Globo de Ouro de melhor ator em filme de comédia ou musical, porém foi totalmente esnobado pelo Oscar, não recebendo indicação, gerando uma grande indignação e revolta dentro do meu peito.
Importante destacar que ele é também um grande ícone LGBTQ+, tendo participação ativa em movimentos ao redor do mundo, além de sempre apoiar novos artistas. Lenda faz assim, né?

Minha opinião:

Glamour e boa música andam juntos e Elton é a maior prova disso. Ele é um dos maiores artistas de sua geração e os números estão aí para provar.

Música:

A discografia de Elton consiste em 31 álbuns de estúdio e mais de 140 singles. Ele também é responsável por trilhas sonoras de sucessos como O Rei Leão e Billy Elliot. Minha música favorita dele nesta década, e, talvez, de toda sua carreira, foi a grande responsável por tornar seu nome conhecido: Your Song.
A canção foi o carro chefe do disco Elton John, o segundo de sua carreira. Como na maioria das canções de Elton, a melodia foi composta por ele, enquanto Taupin ficou responsável pela letra. Foi uma música escrita muito rápido: Bernie a concebeu durante um café da manhã e Elton demorou apenas 20 minutos para compor a melodia (e eu presa nesse post há semanas).
A música alcançou a 7ª posição das paradas do Reino Unido e figurou na lista das 500 músicas que moldaram o Rock and Roll, do Rock and Roll Hall of Fame. É considerada uma das músicas românticas mais bonitas da década, o que é bem justo. Esteve presente em diversas trilhas sonoras, da qual destaco o cover feito por Ewan McGregor em Moulin Rouge - Amor em Vermelho, de 2001.

Eu amo tanto, sabe? 😭😭😭

2 - David Bowie
David como sua persona Thin White Duke em algum momento entre 1976 e 1978.

David Bowie, nome artístico de David Robert Jones, foi um cantor, compositor e ator inglês que ficou conhecido como o "camaleão do rock", devido a sua constante renovação como artista. Ele é tido um dos maiores nomes do rock, não simplesmente pela sua música, mas também pela profundidade intelectual e seu estilo único.
Como quase todos os artistas da época, Bowie desde muito novo já demonstrava que seria uma grande estrela. Aos 15 anos, formou a primeira banda, os Kon-rads. Daí até o fim da década, esteve em outros grupos, tentando emplacar sucessos, não obtendo êxito. Em 1967, lançou seu primeiro álbum solo, David Bowie, que, infelizmente, flopou.
Porém, Bowie não desistiu. Lançou Space OddityThe Man Who Sold the World e Hunky Dory, em 1969, 1970 e 1971, respectivamente, que, à época, também não fizeram tanto sucesso comercial. Até que, em 1972, fomos apresentados à sua primeira persona, Ziggy Stardust, graças ao grande álbum The Rise and The Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars, que alcançou a 5ª posição nas paradas britânicas. Então, o nome de Bowie caiu nas graças do povo, com suas músicas de grande simbolismo e suas personas que eram tipo um "Fragmentado" em sua vida marcariam sua carreira para sempre.
David faleceu em 10 de janeiro de 2016, dois dias após completar 69 anos e lançar seu último álbum, Blackstar, vítima de um câncer de fígado. O legado de Bowie permanece e, mesmo após sua morte, segue influenciando muitos artistas hoje.

Minha opinião:

Olha, poucos artistas influenciaram tanto na música, na moda e na cultura de uma forma geral como o Bowie. Icônico mesmo.

Música:

David Bowie possui em sua discografia 26 álbuns de estúdio, 24 ao vivo e 128 singles. Com tantos lançamentos e singles de sucesso na década de 70, é difícil escolher uma música só, mas depois de 30 alguns minutos me decidindo, resolvi falar sobre a icônica Rebel, Rebel.
A música faz parte do álbum Diamond Dogs, de 1974 e é considerada uma das influências ao movimento punk, que nasceu no fim da década. Rebel, Rebel é a canção mais regravada de Bowie, por mais de 20 artistas, que vão de Def Leppard à Seu Jorge (para o filme The Life Aquatic with Steve Zissou [Em PT-BR: A Vida Marinha com Steve Zissou], de 2004).

Não dá pra negar, o cara tinha estilo.

3 - Bee Gees
O grupo na década de 70. Da esquerda para a direita: Maurice, Barry e Robin Gibb.

Impossível falar de 70s e não citar esse grupo que influenciou muito no ritmo da década. Bee Gees foi uma banda formada pelos irmãos Barry, Maurice e Robin Gibb. Como aparentemente o Reino Unido é berço de crianças prodígio, não poderia ser diferente com os  Gibb, naturais da Ilha de Man, iniciados na música ainda pequenos, no fim da década de 50. Mudaram-se pouco tempo depois para a Austrália e foi lá que começaram a investir pesado na música.
O sucesso demorou um pouco para vir, já que em plena década de 60, com o estouro de Beatles, você tinha que ser diferenciado pra se destacar. Eles voltaram pra Inglaterra, mirando alto justamente na empresa de ninguém menos que Brian Epstein, vulgo o empresário dos Fab Four, Bitous. Quem ouviu o pacote premiado foi Robert Stigwood, australiano que ficou curioso com o material vindo de seu país. Ele gostou tanto que contratou os Bee Gees e a partir daí, começou a jornada dos "Gibb Brothers" rumo ao sucesso, porém com muitas tretas.
Após alcançarem algum sucesso no fim dos anos 60, na década de 70 os irmãos afundaram no flop e ressurgiram como uma fênix saindo das cinzas. Com alguns hits no início da década, os problemas, inclusive pessoais, começaram a interferir demais na banda: Stingwood, a essa altura, havia migrado para o mundo cinematográfico, não ajudando muito na divulgação dos álbuns na época e Maurice estava passando pelo processo de divórcio com a cantora Lulu, fora as drogas - que já eram algo normal de todo artista, né isso? Seguindo o conselho do amigo Eric Clapton (todo mundo é amigo do Eric Clapton, quase um David Brazil britânico), os irmãos partiram para os Estados Unidos.
Lançaram álbuns que tiveram um bom desempenho comercial, começando a entrar no ritmo que bombava lá nas terras de Tio Sam, a disco music. Porém, o melhor estava por vir: Stingwood os convidou para fazer a trilha sonora de Saturday Night Fever. Eles se entreolharam e pensaram "por que não?" (na verdade, eu não sei se eles fizeram exatamente isso, mas gosto de imaginar que sim) e, então, o boom finalmente veio. O álbum bateu tudo quanto foi recorde de venda na época, tendo passado um fucking ano no topo das vendas. E o resto é história.
Atualmente, os Bee Gees seguem figurando nas listas de artistas mais vendidos da história da música. Barry é o único dos irmãos ainda vivo. Maurice faleceu em 2003, vítima de um ataque cardíaco, e Robin em 2012, vítima de um câncer colorretal.

Minha opinião:

Quem nunca dançou Bee Gees numa festinha não viveu a vida plenamente, é isso. Se você é tímido, aproveita o seu quarto pra colocar esse som bem alto e ensaiar uns passinhos, ninguém vai te julgar.

Música:

Os irmãos Gibb lançaram ao longo da carreira 22 álbuns de estúdio, 2 ao vivo, 12 de compilação, 5 DVDs, 5 trilhas sonoras e 100 singles. O auge foram os anos 70, então nada mais justo do que escolher uma canção que levou (e ainda leva, vamos combinar) muita gente pras pistas de dança no mundo inteiro: Stayin' Alive.
Lançada em 1977, Stayin' Alive é um hino e quem discordar, está errado. Originalmente presente na trilha sonora de Os Embalos de Sábado à Noite, se tornou um marco da cultura pop, aparecendo também em outros filmes, como Madagascar e Alvin and the Chipmunks 2 (ou Alvin e os Esquilos 2), fora qualquer festa que se preze.
Uma curiosidade que encontrei na internet é que em 2008 foi descoberto por médicos americanos especialistas em atendimento de emergência que essa música tem o ritmo perfeito para ser seguido durante um procedimento de reanimação cardiopulmonar (RCP) em vítimas de ataque cardíaco. De acordo com a American Heart Association, o número ideal de compressões de RCP varia de 100 a 120 por minuto e Stayin' Alive tem 103 batidas rítmicas por minuto, ou seja, vai ficar vivo querendo ou não (essa foi péssima, mas vamos ignorar e dar continuidade, por favor).

Eu vi um comentário magnífico no Youtube que dizia mais ou menos assim: "Existem dois tipos de pessoas: as que gostam dessa música e as que mentem dizendo que não". Choose your side, amgs.

4 - Queen
Queen nos anos 70. Da esquerda para a direita: Brian May, John Deacon, Roger Taylor e Freddie Mercury.

Uma banda com nome de realeza que impactou tanto na música também não poderia ficar de fora. Fundada em 1970 e ativa com a formação clássica até 1991, Queen foi uma banda de rock formada por Brian May, John Deacon, Roger Taylor e ele que é considerado o maior vocalista do rock de todos os tempos por muitos, Freddie Mercury. É uma das bandas mais bem sucedidas da história e está entre as cinco maiores da história no ranking da revista Q.
O grupo teve um início um tanto quanto conturbado, marcado por brigas e desentendimentos entre os integrantes, principalmente May e Mercury. Vinham lançando material de pouca expressividade comercial no início da década, porém foi só no meio dela que chegaram ao auge.  Em 1975, o disco A Night at the Opera salvou a banda dos débitos, inclusive os que ele mesmo causou, pois, pelo que consta, foi bem caro. O álbum tem influências que vão do heavy metal ao pop, passando pelo rock progressivo e o hard rock. Considerado por muitos o melhor álbum da banda, deu um novo sopro de ânimo aos rapazes.
Apesar disso, nas críticas, a banda sempre patinava: ora lançava algo aclamado, ora um total desastre (sinceramente, queria ver a opinião desse povo ouvindo música hoje em dia, risos). À medida que iam trabalhando em novos projetos, o lado comercial da banda ficava mais e mais evidente, enquanto as críticas cresciam. Pra mim, implicância. Não deixe de ouvir música por conta de críticas, já que gosto é igual a cy, cada um com o seu. O álbum News of the World, lançado no fim dos anos 70, nos apresentou hits como We Will Rock You e We Are The Champions, duas das mais conhecidas da banda. Enquanto the critics esculachavam, Queen estava poderosíssima hitando e that's all that matters.
No fim da década de 80, Mercury foi diagnosticado com AIDS, um baque para todos os membros da banda, que mantiveram o estado de saúde do músico em segredo enquanto foi possível. Freddie veio a falecer em 1991, de broncopneumonia. Os demais integrantes continuaram lançando projetos até 1997, quando Deacon decidiu se aposentar dos palcos. May e Taylor, por outro lado, continuam mantendo o legado da banda vivo, formando supergrupos como Queen + Paul Rodgers e, mais recentemente, Queen + Adam Lambert.
Influenciando artistas que vão desde Radiohead à Lady Gaga, a banda é importantíssima para a cultura pop até hoje. Pudemos ver um pouco da história no filme Bohemian Rhapsody (ou como carinhosamente é chamado pelos fãs aqui no Brasil, "o filme do Queen"), que foi um grande sucesso, vencendo 4 categorias no Oscar 2019, incluindo melhor ator para Rami Malek, intérprete de Freddie.

Minha opinião:

Não consigo compreender o que se passa na cabeça de quem fala mal dessa banda. De verdade. Tinha muito artista chato na época e Queen não era um deles, joguei aí.

Música:

A banda lançou 14 álbuns de estúdio e 62 singles. O álbum Greatest Hits de 1981 é o mais vendido na história do Reino Unido, com mais de 6 milhões de cópias distribuídas nas terras da rainha (olha mais um trocadilho infame aí, gente!). Poder, não é mesmo?
Minha música favorita desse período é uma que aprendi a amar durante meus anos de Ensino Médio, Bohemian Rhapsody, que curiosamente foi a primeira música de antes da década de 90 a alcançar 1 bilhão de views no YouTube.
Freddie, Brian e Roger queriam BoRhap como single do A Night at the Opera, lançado em 1975, enquanto John estava temeroso com relação ao tamanho da música, mas decidiu pagar para ver. Acabou que a música foi um sucesso, passando 9 semanas no topo da UK Singles Chart e vendendo mais de 1 milhão de cópias até janeiro do ano seguinte, o que foi ótimo, já que a canção figura no topo da lista de singles mais caros já produzidos na história da música popular. E isso se chama investimento.
Existem várias teorias sobre o que a letra da música realmente se trata, mas Mercury levou o segredo pro túmulo. Há quem diga que é baseada em tragédias pessoais de Freddie, há quem defenda que é inspirada na lenda alemã de Fausto. Brian May diz que Freddie nunca explicou a letra, mas acha que ele colocou muito de si nela. A música em si consiste em seis partes: a introdução, a balada, o solo de guitarra, a ópera, o hard rock e a conclusão. Tantas mudanças em uma única canção era algo completamente incomum no rock. Ícone criativo faz assim, não é mesmo?

Quem teve oportunidade de ver a banda clássica performando esse hino ao vivo certamente zerou a vida.

5 - Dolly Parton
Dolly em 1977.

Dolly Rebecca Parton Dean, ou, simplesmente, Dolly Parton, nasceu em 1946, no pós guerra americano. Considerada uma das maiores artistas country da história, Dolly é uma mulher multitalentos que vem deixando sua marca na cultura desde o fim dos anos 60. Além de cantora e compositora, Dolly também é atriz, participando de filmes ao lado de nomes como Jane Fonda, Sylvester Stallone e Queen Latifah.
Já tinha sucessos na década de 60, porém teve a carreira impulsionada ao participar do The Porter Wagoner Show, em 1967, onde permaneceu até 1974. Sua parceria com Wagoner rendeu muitos sucessos no top 10 de música country, porém Dolly almejava a carreira solo, o que começou a ganhar forma ainda em 1974. Em 1976, ela migrou para a música pop (e você achando que Taylor Swift foi a primeira a fazer isso, hein @?). Em paralelo à carreira musical, Dolly também estava na TV e em filmes, tornando-se um dos rostos mais populares da época.
Parton é a artista country feminina mais bem sucedida de todos os tempos, tendo vendido mais de 160 milhões de cópias no mundo inteiro. Das 49 indicações ao Grammy que recebeu ao longo da carreira, venceu 10, incluindo o Lifetime Achievement Grammy. Ela também é uma filantropa engajada em diversas causas, que incluem campanhas de direitos do animais e contra a AIDS. É madrinha da cantora Miley Cyrus, tendo feito participações especiais na série Hannah Montana, entre 2006 e 2010. Em 2022 ela foi induzida no Hall da Fama do Rock and Roll junto de nomes como Pat Benatar, Carly Simon e Duran Duran.

Minha opinião:

Maior artista country da história, uma mulher incrível, admirável, maravilhosa e é isso.

Música:

Parton lançou, até então, 46 álbuns solo de estúdio. Minha música favorita é Jolene, que basicamente grudou na minha cabeça como chiclete desde a primeira vez que ouvi, há alguns anos, e que piorou quando fez parte da trilha sonora de "A Dona do Pedaço" (sdds Josiane psycho).
Segundo a própria cantora, Jolene, integrante do álbum de mesmo nome lançado em 1974, é sua música mais regravada por outros artistas, como Olivia Newton-John, Miley Cyrus e Pentatonix, versão esta que a Dolly participa, vencedora do Grammy de melhor performance de Country por um duo ou grupo. A letra fala sobre Parton confrontando Jolene, uma mulher muito bonita, a qual é vista como uma potencial "destruidora de lares". De acordo com a artista, a música foi inspirada por uma situação real, onde uma funcionária de um banco flertou com seu marido, Carl Dean, quando eles ainda eram recém-casados. O nome e a aparência de Jolene são baseadas em uma jovem fã de Dolly que estava próxima ao palco em um de seus shows, pedindo um autógrafo.
A música inspirou o filme de mesmo nome, lançado em 2008, estrelado por Jessica Chastain (de Interestelar e It: A Coisa 2) e Dermot Mulroney (de O Casamento do Meu Melhor Amigo).
Jolene, Jolene, Jolene, Joleeeeeene... Não dá pra ouvir sem cantar.

6 - Kiss
A banda bem normal nos anos 70. Da esquerda para a direita: Ace Frehley, Gene Simmons, Paul Stanley e Peter Criss.

Ame ou odeie, não dá pra falar de anos 70 sem citar uma das bandas mais famosas - não somente pela música - da época: Kiss. A banda foi formada em 1973, por Gene Simmons e Paul Stanley, após o fim do grupo que ambos faziam parte, o Wicked Lester. Os dois decidiram colocar anúncios no jornal à procura de músicos, encontrando Peter Criss e Ace Frehley.
A inspiração para o nome da banda veio de um concurso de beijo de Nova York, daí Kiss. Por anos, os membros da banda esconderam a verdadeira identidade, usando elementos de super heróis das HQs, personagens do teatro japonês e botas com saltos enormes que eu não conseguiria nem andar, btw. Desta forma, tornaram-se "The Starchild" (Stanley), "The Demon" (Simmons), "Space Man" (Frehley) e "The Catman" (Criss), tipo Spice Girls. Esquisito? Bastante, mas deu certo.
Estouraram em 1975, com o álbum Dressed to Kill e depois disso, muito sucesso e muita loucura. Em 1978 a banda fez uma pequena pausa, pois pensavam muito na necessidade de se reinventar, enquanto Ace e Peter cada vez mais consideravam a carreira solo, o que acabou acontecendo, tempos depois.
A banda seguiu com mudanças na formação, sendo que Stanley e Simmons são os únicos da formação clássica. Atualmente a banda está em sua turnê de despedida, que está prevista para terminar em 2023.

Minha opinião:

Gene Simmons tem a língua mais famosa do rock, mais até do que a logo dos Stones; quem concorda, respira.

Música:

A banda lançou, ao longo da carreira, 20 álbuns de estúdio e 60 singles. Minha música favorita deles é a clássica dos karaokês, Rock and Roll All Nite, lançada no álbum Dressed to Kill, de 1975.
Considerada como um dos maiores hits do Rock, a canção, segundo os membros do Kiss, é a visão da banda sobre o que era viver no mundo do rock, fazendo referência a elementos de sensualidade e rebeldia dos jovens que procuravam viver a vida intensamente, o que a tornou um marco.

Não, não é um delírio coletivo. Ou é.

7 - Bob Marley & the Wailers
Bob (ao centro) e sua banda, The Wailers, nos anos 70.

Se alguém diz que não conhece Bob Marley, a gente certamente pergunta debaixo de qual pedra a pessoa mora. O que muita gente não sabe é que Bob foi membro de uma banda antes de receber algum destaque: The Wailers, ao lado de Peter Tosh e Bunny Wailer. Após eles abandonarem o grupo, Bob fez uma reformulação, convocando músicos para formar Bob Marley & The Wailers: os irmãos Ashton e Carlton Barrett, que já tocavam com Marley, no baixo e bateria, respectivamente; Junior Marvin e Al Anderson na guitarra solo; Tyrone Downie e Earl Lindo no teclado; Alvin Patterson na percussão e as I Threes, formadas por Rita Marley, esposa de Bob, Judy Mowatt e Marcia Griffiths, nos backing vocals.
A banda clássica permaneceu em atividade de 1973 à 1981, ano da morte de Marley, vítima de um melanoma. Bob se tornou uma lenda e foi um dos maiores responsáveis pela popularização do movimento rastafári (que vai muito além da maria joana). Ele é considerado o rei do reggae, uma das maiores vozes do povo pobre e oprimido e também uma figura mítica, pelos fãs.

Minha opinião:

Tira todo o preconceito de dentro de você e vá ouvir essa banda agora! Sério, as letras das músicas são um sopro de esperança em meio à tanta coisa estranha no mundo. O impacto da figura de Bob no mundo é inegável, por mais que muita gente tente distorcer, rebaixando-o a um mero cantor que fumava. Bob é muito mais do que isso, ok? E sobre as drogas, tem muito artista que fez pior e não é lembrado por isso, então menos, bem menos, gente.

Música:

Desde 1962, The Wailers conta com 13 álbuns de estúdio e 133 singles até o momento. The Wailers continuou após a morte de Bob, mas a briga judicial entre a banda e a família Marley é real. Apesar das tretas, Bob vendeu mais de 75 milhões de discos e certamente deixou sua marca no mundo da música.
Minha canção favorita é Is This Love?, integrante do álbum Kaya, de 1978. Sendo uma das mais conhecidas de Bob, alcançou a 9ª posição das paradas na ocasião de seu lançamento e ganhou um clipe, filmado em Londres. A modelo Naomi Campbell, então com 7 anos de idade, aparece no vídeo.

Bob Marley é um estilo de vida, amém.

8 - Rita Lee
Rita na capa de seu disco "Build Up", em 1970.

Pra quem acha que eu não gosto de artista brasileiro, racha a cara aí, trago a única e inigualável Rita Lee Jones. Uma das mulheres mais influentes e maiores cantoras do Brasil, suas músicas se tornaram figurinha carimbada nas paradas do país. Ela foi integrante dos grupos Os Mutantes, entre 1968 e 1972, e Tutti Frutti, entre 1973 e 1978, migrando depois para uma bem sucedida carreira ao lado do parceiro e love da vida Roberto de Carvalho, a quem conheceu em 1976.
Em 1975, lançou o disco Fruto Proibido, alcançando consagração nacional. Muita gente considera esse disco como a maior obra-prima da carreira de Rita, tornando-se um manual do rock brasileiro. O disco vendeu 700 mil cópias e ganhou certificado de platina duplo. Após esse sucesso todo, ela ganhou o título de rainha do rock brasileiro.
Em agosto de 1976, durante a primeira gravidez, foi presa por porte e uso de maconha. Muita gente acha que foi um ato do regime militar simplesmente para dar uma lição na juventude da época, pois Rita alegou que havia parado de usar drogas em decorrência da gravidez. Ela foi condenada e cumpriu um ano de prisão domiciliar, precisando de permissões especiais na justiça para sair e fazer shows.
Seguiu produzindo muita música boa até 2012, quando anunciou aposentadoria dos palcos. Desde então, ela vem fazendo aparições esporádicas na mídia. Em 2016 lançou seu livro "Rita Lee: uma autobiografia", pelo qual ganhou prêmio da APCA como melhor autora do ano. 
Rita nos deixou em maio de 2023, após uma longa batalha contra um tumor no pulmão. Sua obra e legado seguem vivos, inspirando milhares de artistas e mulheres no Brasil.

Minha opinião:

Rainha. Do. Rock. Ponto final. Não tem outra que chegue aos pés, não adianta.

Música:

Sua discografia foi composta por 30 álbuns de estúdio, 7 ao vivo, 1 de tributo, 7 compilações, 2 trilhas sonoras, 3 EPs, 4 DVDs, 81 singles e 32 music videos, lançados ao longo de mais de 40 anos de estrada. Entre tantas músicas de sucesso numa carreira verdadeiramente estelar, é difícil escolher uma só, porém fico com uma que é considera uma de seus maiores sucessos, Ovelha Negra.
Integrante do disco Fruto Proibido, de 1975, foi o último single do álbum e inesperadamente se tornou um grande sucesso, chegando à primeira posição das paradas naquele ano. Segundo a revista Rolling Stone, Ovelha Negra foi a primeira música a citar o evento "filhos saindo da casa dos pais" e, por isso, teve uma repercussão estrondosa.

Uma boneca ♥

9 - Stevie Wonder
Stevie na década de 70.

Esse talvez seja o cara mais incrível dessa lista. Stevie Wonder, nascido Stevland Hardaway Judkins (posteriormente alterado para Stevland Hardaway Morris, quando adulto), em 13 de maio de 1950, é um cantor, compositor e ativista estadunidense, ativo desde o início da década de 60, quando assinou contrato com a Tamla Records (selo da grande Motown) aos 11 anos de idade (e nós comendo terra ainda).
Terceiro de seis filhos, nasceu prematuro em seis semanas. Devido a isso, teve descolamento de retina, o que causou-lhe a cegueira. Mas se acha que isso foi um problema para Stevie, você se engana. Empecilho, talvez. Problema, não.
Descoberto por Ronnie White, do grupo The Miracles, foi apresentado ao CEO da Motown, Berry Gordy, que ficou impressionado com o talento do jovem e já quis que ele assinasse contrato, lógico. Não é todo dia que você uma criança extraordinária como Wonder, não é? Lançou seus primeiros trabalhos em 1961 e 1962, alcançando moderado sucesso.
No início da década seguinte, Stevie ganhou notoriedade pelo lançamento de seu álbum Talking Book, que tocou inclusive nas rádios de rock. Wonder excursionou com os Rolling Stones, na The Rolling Stones American Tour 1972, o que colaborou para o aumento da popularidade de suas canções.
Em 1973, sofreu um terrível acidente, onde uma grande tora de madeira caiu no carro em que estava. Stevie teve graves traumatismos na cabeça, ficando em coma por 4 dias. Ele posteriormente se recuperou, porém ficou com algumas sequelas, como anosmia e uma perda temporária de paladar. Apesar disso, ele conseguiu continuar fazendo música e, não somente isso, alcançando o topo das paradas.
Stevie é tido como um dos maiores artistas negros da música mundial, tendo vencido 25 prêmios Grammy em toda a carreira, um recorde. Super engajado em movimentos sociais, compôs canções famosas, como You Haven't Done Nothin', um protesto político que tinha como alvo Richard Nixon (Opa, Watergate!).
Recentemente na internet surgiu um burburinho de que Stevie enxergava e criou um personagem durante todos esses anos. Amores, isso é totalmente fake news. O Stevie é realmente cego. Espero ter contribuído com menos uma disseminação de mentiras na rede, beijos.

Minha opinião:

O cara é brabo demaaaaaaaais. É aquilo, né? Quem acredita em talento natural, como eu, acha esse homem um deus.

Música:

Wonder lançou 23 álbuns de estúdio, até o momento. O mais recente foi A Time to Love, de 2005. Seguimos aguardando novidades aqui, hein sr. Stevie!
Minha música favorita dele foi justamente a que abriu muitas portas pra essa estrela brilhar: Superstition. Lançada em 1972 no álbum Talking Book, a música descreve superstições populares e seus efeitos negativos. Chegou ao número 1 da Billboard Hot 100 e à 11ª posição dos UK Single Charts no ano seguinte.

Ele é incrível. That's it.

10 - Earth, Wind & Fire
Como vocês podem ver, é um grupo com muuuuuitas pessoas e eu, infelizmente, não sei o nome de todos. Ralph Johnson está no canto da esquerda, Maurice White ao centro, com os braços - aparentemente - cruzados; à sua esquerda, Philip Bailey e à sua direita, seu irmão, Verdine White.

Fechando a lista, um grupo muito famoso, que ficou mais ainda graças ao "pariá" do Molejo (ícones), Earth, Wind & Fire é uma banda americana fundada em 1969 por Maurice White. Diversos músicos passaram por ela, que alcançou o auge do sucesso no fim dos anos 70.
Maurice começou ainda adolescente na música, trabalhando como baterista em uma gravadora. Em 1969 ele se junta a dois amigos e forma o "Salty Peppers", que ele logo muda o nome para "Earth, Wind & Fire", nome baseado em seu signo, Sagitário. Segundo a astrologia, o signo de sagitário tem como elemento de regência natural o fogo e regências sazonais em terra e vento. 
A formação que alcançou o sucesso na década de 70 era composta por Maurice e seu irmão Verdine, Jessica Cleaves, Ronnie Laws, Roland Bautista, Larry Dunn, Ralph Johnson e Philip Bailey.
A banda se tornou internacionalmente conhecida em 1975, graças a trilha sonora do filme That's The Way Of The World. Mesmo a película tendo flopado, as músicas garantiram ao grupo um Grammy na categoria de melhor álbum de funk. Dali em diante, a banda foi lançando sucesso atrás de sucesso.
EWF continua na ativa hoje, tendo como principais membros Philip Bailey, Verdine White e Ralph Johnson. Maurice faleceu em 2016, por complicações decorrentes do mal de Parkinson, que sofria desde a década de 90.

Minha opinião:

QUE HOMENS! Só musicão.

Música:

EWF tem em sua discografia 19 álbuns de estúdio, 5 ao vivo, 12 de compilação, 19 DVDs e 57 singles desde 1970. A minha favorita é a favorita de muita gente nesse mundo a fora: September.
A música, um instant hit da disco music, foi produzida especialmente para uma campanha da Unicef em 1978 e chegou à 1ª posição do US Billboard Hot R&B Songs, além da 3ª posição no UK Singles Chart e a 8ª no Hot 100 da Billboard. Até setembro de 2017, foram vendidas 2 milhões de cópias digitais da música.
September é bem famosa no Reino Unido por ser base de vários cânticos de torcida por lá. Além disso, a música pode ser ouvida em diversos filmes, sendo um deles Trolls, que contém uma versão cantada por Justin Timberlake e Anna Kendrick, junto da banda.
PARIÁ!

Então, amores, é isto. Sem sombra de dúvidas a música nessa década fez muita gente bater os longos cabelos, sacudir as booty-booty e ousar muito no look. Pra você que ficou com um gostinho de quero mais (e pra você que não ficou: procure ajuda), deixei uma playlist linda aqui pra você se acabar com o melhor da década:



Espero que tenham gostado e se preparem, pois next temos The 80's: a década que a gente dos anos 90 gostaria muito de ter vivido.

Vejo vocês em breve, até porque escrever esse tipo de post é mais trabalhoso do que parece, lol.