Até quando?


"Te vejo errando, isso não é pecado, exceto quando faz outra pessoa sangrar" - Pitty.

Até quando?

Vejo você tentando, insistentemente, chegar a alguém que não sente o mesmo.

Te chamo, mas você parece preso em uma redoma, hipnotizado, vidrado, obcecado. Parece caminhar em direção ao abismo, às pedras. Você caminha em direção a uma miragem, a uma ilusão. E nada mais te parece tão certo.

Grito, mas você não me escuta. "Por favor, não!", me vejo repetindo diversas vezes, em vão. Você continua andando em direção à miragem.

Numa tentativa desesperada, bato com toda a minha força no vidro da sua redoma, tentando entrar para te resgatar. Adentro em vão. Você não quer vir.

Agora, finalmente entendo não haver o que fazer e que lutar por você pode ser egoísmo da minha parte. Você não quer ser salvo, não precisa de salvação e nem sou uma super-heroína.

Vou embora, sentindo as lágrimas molharem meu rosto, mas não olho para trás. Essa missão não é minha. Sempre ouvi dizer que "se você ama, deixe livre". Nunca prendi, de fato, mas acho que em algum momento quis isso. E durante meu regresso, percebo o quão egoísta fui e poderia ter sido.

Você não é meu, nunca foi e nunca será. Essa estrada não é para mim.

Então sigo caminhando na direção oposta, em busca de um porto, que, ao invés de me prender, me deixe livre para navegar nas águas de um grande amor.