#myplaylist: Anos 60 - Sex, drugs and rock n' roll (e soul, muita viagem e tretas também).

The Rolling Stones e sua formação original, na década de 60. Sim, eles já foram jovens.

Nota Agosto/2022:
Post originalmente feito em abril de 2020 e agora atualizado. Espero que gostem!

Olá, pessoas!
Começando uma série especial, #myplaylist, resolvi falar sobre a música em décadas, destacando alguns dos meus artistas favoritos, desde os anos 60 até os 2010s. A ordem dos músicos apresentados é aleatória, portanto, nada tem a ver com nível de favoritismo. Vamos lá?

Os anos 60

    Essa época ficou marcada pelas profundas mudanças que ocorriam no mundo, como a Ditadura Militar no Brasil, a guerra do Vietnã, a corrida espacial, o surgimento da contracultura e o movimento hippie e o povo enchendo o cy de droga e "makin' love, not war" com toda e qualquer pessoa.

A música na década de 60

    Nesse período, houve a invasão britânica e se popularizou a música de protesto, marca de muitos artistas da época, além do estilo Motown. Na minha humilde opinião que ninguém pediu, o pessoal nos anos 60, apesar de muito louco, tinha bem menos tabus que nós hoje.

1 - The Beatles

Os Beatles em 1967. Da esquerda para a direita: Paul McCartney, Ringo Starr, John Lennon e George Harrison.

The Beatles foi uma banda de Liverpool, Inglaterra, formada em 1960. Considerada uma das bandas mais influentes de todos os tempos, permaneceram em atividade por pouco mais de 10 anos, mas causaram e muito nesse curto período. Com influências da cultura beat e do rock and roll da década anterior, seu som foi se transformando com o decorrer dos anos, como observamos nas músicas do fim da década, que exploraram desde baladas ao famoso rock da galera loucona de ácido psicodélico.
Como alguns dos representantes mais emblemáticos da contracultura da época, comandaram a chamada "Invasão Britânica", ao lado de bandas como os Rolling Stones. No início, os Beatles eram conhecidos por sua postura de "good boys", o que também foi mudando com o tempo.
Os Beatles estão até hoje em primeiro lugar das listas de recordistas de vendas, com estimativas que vão de 600 milhões a mais de 1 bilhão de discos vendidos mundialmente. Dos quatro, apenas dois estão vivos: Paul e Ringo. John foi assassinado em 1980 por um fã, Mark Chapman, e George faleceu em 2001, vítima de um câncer.

Minha opinião:

Ringo injustiçado do rock e o melhor beatle sempre será o George, discorda aí na sua casa, apesar de eu amar o Macca também (John, o que tenho a ver). O povo dizia que era moda e, realmente, tinha tudo para ser, mas acabaram influenciando tudo o que apareceu depois, que cristais.

Música:

Os Beatles lançaram 12 álbuns de estúdio na Inglaterra. Porém, o número ao redor do mundo é impreciso, pois naquela época era comum que lançamentos britânicos fossem modificados para o mercado dos Estados Unidos. Os sete primeiros discos do grupo se tornaram 10 EPs nas terras do Tio Sam por conta dessas mudanças, fora a questão das gravadoras em outros países que tinham direito sobre os materiais e também lançavam seleções musicais diferentes do original da Inglaterra, ouceje , o povo lançava o que queria e botava o nome deles. Estima-se que o número de obras seja superior a 200.
É difícil escolher uma música deles, porque além das inúmeras incríveis, algumas até marcos da cultura popular, a década de 60 foi justamente o período onde vimos a mágica acontecer (na verdade eu não, nem minha mãe era nascida, mas enfim). Porém, resolvi falar sobre a maravilhosa Hey Jude.
Esse hino, que não foi lançado em nenhum álbum, estando presente depois em antologias, foi escrito por Paul McCartney em junho de 1968, quando foi visitar Cynthia, ex-esposa do John, e Julian, filho do dito cujo. Após Sr. Lennon pedir o divórcio para viver com Yoko Ono, Paul, como amigo do ex-casal, sentiu que precisava dizer que era "Team Cynthia" apoiar a amiga.
De acordo com McCartney, no "The Beatles Antology", Eu achei que como amigo da família eu poderia ir a casa deles dizer que tudo ficaria bem, tentar animá-los e ver como estavam. Eu dirigi cerca de uma hora. Eu costumava desligar o rádio nessas viagens e cantarolar, vendo se conseguia compor canções. Então comecei a cantar - 'Hey Jules - don't make it bad, take a sad song, and make it better...' – como uma mensagem de esperança para Julian. Tipo, ‘qual é cara, seus pais estão se divorciando, sei que não está feliz, mas você ficará bem.’ Depois eu mudei o nome de Jules para Jude, porque achei que soaria um pouco melhor.” (e eu retirei essa info da web, porque se tá na internet, é verdade).

O Paul olhando fixamente para a câmera parece que tá vendo nossa alma e todos os pecados que a gente já cometeu. Me sinto observada.

2 - The Rolling Stones
A banda em 1963. Da esquerda para a direita: Mick Jagger, Keith Richards, Charlie Watts, Brian Jones e Bill Wyman.

The Rolling Stones é uma banda de rock britânica formada em 1962, em Londres. São considerados um dos maiores grupos e mais bem sucedidos de todos os tempos. Os Stones ficaram marcados como grande influência cultural na época, devido às performances. São frequentemente relacionados ao movimento de contracultura e rebeldia da década em questão. Um professor uma vez me disse que os Beatles eram tipo "os genros que mamãe pediu a Deus", enquanto os Stones eram os "bad boys". Eu particularmente sempre gostei mais de bad boys, então tudo sussa, #TeamStones all the way.
Os integrantes da banda atualmente são Mick Jagger, Keith Richards e Ronnie Wood. A banda também contou com Charlie lenda Watts (de 1963 até a sua morte, em 2021, aos 80 anos), Bill Wyman, que deixou o grupo em 1993, Mick Taylor, que também saiu, mas em 1975, e Brian Jones, demitido em 1969 e conhecidíssimo como a noite de Paris o membro inaugural do famigerado "clube dos 27", quando foi encontrado morto em uma piscina aos 27 anos, em 1969, em circunstâncias esquisitíssimas, mas as teorias da conspiração ficam para outra hora.

Minha opinião:

Eu amo, maravilhosos! O Charlie é/era meu fave (sim, eu gosto de bateristas e RIP PATRÃO), porque eu achava ele super classy, ainda mais depois que eu li a fofoca que o Keith fez em seu livro autobiográfico, "Life", que ele virou um socão na cara do Jagger, meteu o dedo na cara dele e falou "nunca mais me chame de 'seu baterista', você é quem é meu vocalista, porr@!" (em livre tradução). Simplesmente um ícone que entrou para a história tocando bateria imaginária no Global Citizen. Saudades da lenda.

Música:

Os Stones têm uma discografia que consiste em 31 álbuns de estúdio. Como eu estou falando especificamente da década de 60, escolhi a minha música favorita deles lançada nesse período (já que a minha fave mesmo foi lançada depois)Sympathy for the Devil.
SFTD faz parte do álbum Beggars' Banquet, o 9º da banda, lançado em 06 de dezembro de 1968. A música, bem controversa (ah vá), foi escrita por Mick, inspirada, de acordo com o próprio, nas obras de Charles Baudelaire e no romance O Mestre e A Margarida, de Mikhail Bulgakov. A influência de ritmos latinos, em especial o samba, é creditada a Richards, que sugeriu uma substituição na percussão, deixando de lado o estilo folk do princípio.
A letra da música é do ponto de vista de Lúcifer comentando sobre as atrocidades que já rolaram na humanidade, como a execução da família Romanov na Revolução Russa, a 2ª Guerra Mundial e o julgamento e morte de Jesus Cristo.
Acusações de satanismo começaram a aparecer contra a banda, mas 0 fucks were given ninguém ligou e assim a vida seguiu. A música ganhou dois remixes nos anos 2000 pelos The Neptunes e Fatboy Slim.

Até que enfim essa performance icônica em boa qualidade, amém!

3 - The Beach Boys
O grupo na década de 60. Da esquerda para a direita, em pé: Carl Wilson, Al Jardine e Dennis Wilson. Sentados: Brian Wilson e Mike Love.

Mais um grupo super influente na história do rock, The Beach Boys é uma banda americana de rock, formada na Califórnia, em 1961. Recordistas de vendas e queridinhos da América, foram incluídos no Rock n' Roll Hall of Fame em 1988, junto com os Beatles. 
O grupo passou por algumas formações no decorrer dos anos, mas originalmente era composto por Brian Wilson, seus irmãos Dennis e Carl, o primo Mike Love (tudo em família, pois é) e Alan "Al" Jardine, amigo deles.
Seu álbum mais famoso, Pet Sounds, de 1966, além de ser considerado por muitos críticos especializados o melhor álbum de todos os tempos (E É MESMO!!), ficou conhecido por ser um divisor de águas na década de 60, influenciando muitos artistas do período, inclusive os da safra da Invasão Britânica. Dizem que os Beatles se inspiraram nesse álbum para criar o Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, que é considerado o melhor álbum deles por muitos.
Apesar de serem um grupo historicamente muito bem sucedido, rolaram muitas tretas, algumas bem tristes: Brian na época estava abusando de LSD e sua esquizofrenia, descoberta tempos depois, não estava, obviamente, sendo tratada. Tudo isso, somado a problemas que a banda vinha enfrentando na época, ocasionou na piora do estado de Brian e seu posterior afastamento. Além disso, as mortes de Dennis, em 1983, vítima de afogamento, de Carl, em 1998, por um câncer, e as constantes batalhas legais entre os integrantes abalaram mais ainda as estruturas.
A vida de Wilson e dos Beach Boys foi retratada no aclamado filme de 2014, Love and Mercy (Em PT-BR: The Beach Boys - Uma História de Sucesso), contando com Paul Dano e John Cusack interpretando o ídolo durante a juventude e fase adulta, respectivamente.

Minha opinião:

BRIAN WILSON É UM GÊNIO, Mike gore Love o que tenho a ver (ele foi o puro suco da vergonha alheia no discurso do Rock and Roll Hall of Fame, inclusive) e Dennis era crush, além de ser o único que realmente surfava, reza a lenda. Há quem diga que eles eram os reais rivais dos Beatles, mas eu não tô aqui para tomar partido, porque tem espaço para todos no meu Spotify.

Música:

Os Beach Boys lançaram 29 álbuns de estúdio, 11 álbuns ao vivo s e 75 singles desde 1961. Algumas músicas deles, assim como dos Beatles e dos Stones, são grandes marcos da cultura pop. Eu escolhi falar God Only Knows por esse motivo.
Uma das canções mais populares de todos os tempos, foi escrita em por Brian e Tony Asher para o Pet Sounds. Segundo Wilson, ela foi escrita com o objetivo elevar o nível dos Beach Boys ao patamar que os Beatles se encontravam após o lançamento de Rubber Soul, em dezembro de 1965.
Contando com os vocais de Carl Wilson, a música é considerada por muitos a mais ambígua do álbum, tendo diversas teorias sobre a postura do narrador, sendo a mais forte um possível sinal de "autodestruição" (não é bem essa palavra, mas vamos deixar baixo, né?) , o que, de acordo com os compositores, não foi intencional.
Um fato curioso é que essa canção sempre figura nas listas de melhores canções já escritas na história e é a favorita de várias personalidades importantes do mundo da música, inclusive de ninguém mais, ninguém menos que Paul McCartney.

Chego a me arrepiarrrrrr

4 - Aretha Franklin

Aretha em 1968.
Aretha Louise Franklin foi uma cantora e compositora estadunidense de gospel, R&B e soul, que se tornou ícone da música. Nascida em Memphis em 25 de março de 1942, Aretha tornou-se a primeira mulher a fazer parte do Rock & Roll Hall of Fame, em 1987, além de ser uma das maiores vencedoras dos prêmios Grammy (quando essa premiação ainda tinha alguma credibilidade), tendo recebido 21 troféus.
Com uma carreira de grandes êxitos, ela é considerada a “maior cantora de todos os tempos” pela revista Rolling Stone e sua voz foi declarada oficialmente “um recurso natural” pelo estado de Michigan. Colaborou com grandes nomes, como Whitney Houston e George Michael, e continuou ativa até o ano de sua morte, 2018, em decorrência de um câncer, o qual vinha lutando desde 2010.

Minha opinião:

Conceito, coesão e aclamação. Muitas sonham com o legado dessa deusa. Rainha das rainhas, a maior!

Música:

Aretha lançou 38 álbuns de estúdio, 6 álbuns ao vivo e invejáveis 131 singles em toda a sua carreira. Fica difícil escolher uma música só da dona da voz, portanto resolvi falar de uma que é um verdadeiro marco: Respect.
A música, lançada em 1967 no álbum I Never Loved a Man The Way I Love You, catapultou Aretha à fama, mas o que muitos não sabem é que a canção, na verdade, é um cover. A original é do cantor Otis Redding, lançada em 1965. A versão dele teve a intenção de pedir respeito e reconhecimento de uma mulher (em outras palavras, é machista), no entanto Aretha inverteu os papéis. Deste modo, Respect tornou-se um hino do movimento feminista, bem como uma das maiores canções da época, coisa que até o próprio Otis precisou admitir. Válido acrescentar que a versão dela chegou ao topo do Hot 100 da Billboard.
É inegável o talento dessa eterna estrela, merecidamente eleita a maior cantora de todos os tempos.

5 - The Mamas and the Papas
O grupo no fim dos anos 60. Da esquerda para a direita: John Phillips, Michelle Phillips, Cass Elliot e Denny Doherty.

Como começar a falar sobre Mamas and Papas, cara? Provavelmente essa é a banda mais polêmica da lista, por mais hippies que tenham sido.
The Mamas & The Papas foi um grupo formado na Califórnia (here we coooooome) em 1965, permanecendo em atividade com a formação original até 1968. Essa foi uma das poucas bandas dos Estados Unidos a conseguir se manter no auge durante a Invasão Britânica. Uma das características que explica o grande sucesso são as belas harmonizações vocais, acompanhamento de músicos profissionais nos estúdios de gravação e sua relação com a contracultura da época.
Vamos aos rolos, agora: John casou-se com Michelle em 1962. Após o início do grupo, Michelle e Denny, voz principal, mantiveram um romance secreto (!), que, após um tempo, foi descoberto por John. Ele aparentemente perdoou, mas Michelle se envolveu com outra pessoa, dessa vez Gene Clark, do grupo The Byrds fora o eleito (rapaz...). Com isso, John acionou os adEvogados e Michelle foi formalmente demitida (!!). Em 1967, Mama Cass, após quebrar o pau uma discussão com John Phillips, abandonou o grupo, reunindo-se um ano mais tarde para gravação do último álbum apenas por exigência contratual.
O cenário do pós grupo foi que John tornou-se produtor cinematográfico, Michelle (já divorciada de John, graças a Deus, minha filha, se livrou) lançou-se na carreira de atriz e Mama Cass e Denny investiram em suas carreiras solo, sendo que a mais exitosa foi a dela (óbvio, patroa desse povo todo)
Várias pessoas passaram pelo grupo nas reconstituições do mesmo, sendo que vou ressaltar uma parada que foi muito gore pra mim, que tem a ver com a formação do grupo de 1982, que contava com John, sua filha Mackenzie, Denny e Spanky McFarlane. Segundo a própria Mackenzie, ela e o pai (sim, o John) mantiveram uma relação incestuosa (!!!!!!!!!!!!!) por mais de 10 anos (!!!!!!!!!!!!!!!!!!), intensificada quando ela entrou para a banda, ou seja, já rolava antes (!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!), que só terminou quando a mesma engravidou (!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!). Ele, inclusive, teria dado o dinheiro para ela abortar, na maior naturalidade (quebrei o botão já).
Enfim, um plot twist que nem Stephen King ou Neil Gaiman imaginariam.

Eu tô só o Tituss depois dessa tour.

Da formação original, somente Michelle é viva. Mama Cass morreu em 1974, de ataque cardíaco, após apresentações solo em Londres; John morreu em 2001, também de problemas cardíacos e Denny em 2007, de um aneurisma abdominal.

Minha opinião:

Apesar do Denny ser a voz principal, quem carregou esse grupo nas costas foi a Mama Cass, a melhor disparado #paz.

Música:

O grupo lançou 5 álbuns e 17 singles entre 1965 e 1971. 6 desses singles chegaram ao top 10 da Billboard e venderam cerca de 40 milhões de cópias mundialmente.
Escolhi falar de California Dreamin', pois foi a primeira música do grupo que conheci.
A canção, integrante do primeiro álbum do quarteto, If You Can Believe Your Eyes and Ears, foi escrita por John e Michelle em 1963, quando o casal estava morando em Nova York, durante um inverno particularmente bem frio. A ideia da música surgiu pois Michelle estava sentindo falta do tempo ensolarado da Califórnia. John, então, ficou trabalhando na música até tarde da noite e apresentou a ela o primeiro verso.
A música chegou ao 4º lugar das paradas de 1966 e está na 89ª posição da lista das 500 Melhores Músicas de Todos os Tempos da revista Rolling Stone, além de ser uma canção super popular e constantemente regravada. Exemplos notórios são as versões de Barry Manilow e os próprios Beach Boys, cujo clipe tem uma participação especial de Michelle e John.
E vamos seguir em frente porque eu fiquei até enjoada depois de tanto gore.

6 - The Who
Foto: RB/Redferns/Getty Images
A banda no fim da década de 60. Da esquerda para a direita: Pete Townshend, Keith Moon, Roger Daltrey e John Entwistle.

Talvez uma das grandes responsáveis por popularizar o rock como um estilo musical relacionado à subversão e a contracultura, The Who é uma lendária banda britânica muito conhecida pelo dinamismo e criatividade surgida em 1964. São considerados pioneiros num subgênero do rock chamado ópera rock e no que veio a se tornar o punk, anos mais tarde. 
A banda em sua formação original contava com os vocais de Roger Daltrey, Pete Townshend na guitarra, John Entwistle no baixo e o lendário Keith Moon na bateria. Os rapazes se tornaram extremamente populares pelo seu estilo rebelde e eram super conhecidos por destruírem os instrumentos musicais após as performances (mas cê tá brava?), algo que se tornou parte da cultura do rock and roll, mas que começou despretensiosamente, com um Pete enfurecido em um show por conta do pouco espaço. A partir dali, o público da banda só aumentou. 
O grupo seguiu em atividade normalmente até 1978, com a repentina morte de Moon, aos 32 anos. Após esse período, a banda passou por uma fase de declínios, com a entrada novos integrantes e os constantes problemas pessoais dos membros, chegando ao fim em 1983. Algumas apresentações e turnês de reunião aconteceram nos anos seguintes. O grupo voltou a se reunir em 1999, com seus novos integrantes (incluindo o baterista Zak Starkey, filho do ilustre Ringo Starr), realizando diversas apresentações bem sucedidas. Porém, às vésperas do início da turnê de 2002, John Entwistle foi encontrado morto em seu quarto de hotel, o que adiou o início da turnê.
The Who segue em atividade até hoje, tendo lançado um álbum, Who, em 2019, aclamado pela crítica. 

Minha opinião:

Quem não gosta de The Who, não gosta de música. E digo mais: Keith Moon maior baterista da história!!! (discorda aí na sua casa)

Música:

A banda tem uma discografia composta por 11 álbuns de estúdio, 12 ao vivo, 26 de compilação, 4 EPs, 4 trabalhos de trilha sonora e 58 singles.
 Como uma boa admiradora de música britânica, é impossível falar de The Who sem falar de Tommy, um dos álbuns mais incríveis já lançados. Dessa bíblia do rock, escolhi trazer um pouco de Pinball Wizard para vocês, simplesmente uma das minhas favoritas.
Lançada como single em 1969, a canção foi escrita por Townshend e é cantada da perspectiva de um campeão de pinball (galera da antiga vai lembrar do jogo de computador, galera da mais antiga vai lembrar desse joguinho nos fliperamas da vida). Alcançou a 19ª posição nas paradas dos Estados Unidos e a 4ª nos charts britânicos.
Garotaaaaa, muito bom aaaaaaa
7 - Marvin Gaye
Foto: Divulgação/Motown
Marvin em 1964, aos 25 anos, durante sua primeira visita ao Reino Unido.
Marvin Gaye, nascido Marvin Pentz Gay, Jr. em 1939, foi um cantor super popular durante as décadas de 60 e 70, quando fazia parte da gravadora Motown, grande responsável pelo surgimento e popularização de vários artistas negros da época, como Stevie Wonder, The Supremes (grupo de Diana Ross), The Commodores (de Lionel Richie) e Jackson 5 (que falarei mais adiante).
Durante os anos 60, sua carreira ficou marcada pelas parcerias com Tammi Terrell. Após a morte da companheira, ele mudou o estilo, lançando hits como What's Going On?, Let's Get it On e Sexual Healing, música que embalou a fabricação de bebês nos anos 80, pelo que eu soube.
Infelizmente, a vida de Marvin foi interrompida por um motivo bem torpe: após o encerramento de uma turnê, o cantor ficou na casa dos pais por algum tempo, porém o clima não era dos melhores: ele e o pai brigavam tanto que Gaye ameaçou cometer suicídio por diversas vezes. Tenso, mas fica ainda pior: No dia 1º de abril de 1984, um dia antes de seu aniversário, o cantor foi morto pelo próprio pai, após uma discussão, com um tiro de 38, que, ironicamente, Marvin havia dado de presente para ele. Triste.

Minha opinião:

Cantava muito, muito mesmo e pavimentou o caminho pra muitos artistas, ícone da soul music.

Música:

Marvin lançou 17 álbuns de estúdio, 4 ao vivo e 32 compilações. 41 de seus singles entraram no TOP 40 da Billboard, 18 ao TOP 10 e 3 foram número 1. Como estamos falando de 60s, escolhi a minha favorita dele dessa época, que é I Heard Through The Grapevine.
A canção foi escrita por Norman Whitfield e Barrett Strong para a Motown. Alguns outros artistas gravaram essa música, porém a versão do Marvin é tudo o que me importa. A música conta a história, em primeira pessoa, do narrador, que começa a sentir que está sendo traído, porém se recusa a acreditar quando ouve as histórias de infidelidade da namorada por meio de fofoca, ou "thorough the grapevine".
"To heard (something) through the grapevine" significa, literalmente, ouvir (algo) pela videira, o que não faz o menor sentido. Essa expressão é utilizada quando ficamos sabendo de algo acidentalmente, o que para nós seria o famoso "ouvi dizer", "me falaram" ou "um passarinho me contou", ou seja, fofoca.
Curiosamente, a expressão surgiu na época da guerra civil americana e eu encontrei duas explicações de sua origem: a primeira vem do sistema de telégrafo, inventado por Samuel Morse no século XIX. O sistema precisava de quilômetros de fios e as pessoas pensavam que os fios e postes montados pareciam videiras, daí começaram a chamar de "the grapevine". Nessa época, muitos boatos corriam soltos pelo telégrafo, e aí, quando as pessoas eram perguntadas sobre a veracidade das histórias, geralmente respondiam "I heard it through the grapevine"; a segunda é diretamente ligada aos escravos do período, que tinham sua forma de telégrafo: a "videira humana" (human grapevine).
Melhor versão, sim ou sim?

8 - The Jackson 5
Da esquerda para a direita: Jakie, Tito, Jermaine, Marlon e Michael Jackson.

Apesar de terem estourado realmente a partir de 1970, decidi falar sobre os lindinhos do Jackson 5 nos anos 60, pois foi nessa década que o grupo se formou.
Mais uma revelação da Motown Records, Jackson 5 (também conhecidos como The Jacksons, a partir de 1975) foi um grupo surgido em 1964 nos Estados Unidos. Formado pelo rei do pop (que na época ainda não tinha esse título, mas certamente já brilhava muito) Michael Jackson e seus irmãos Jackie, Tito, Jermaine, Marlon e Randy (que só entrou na banda em 1976, no lugar de Jermaine). É um dos grupos mais exitosos da história do R&B e Soul music americana, tendo vendido cerca de 113 milhões de álbuns enquanto estavam juntos.
Apresentados ao público pela grande diva Diana Ross, em 1969, foram oficialmente lançados como a grande atração da gravadora. Deste ano à 1975, quando os irmãos Jackson deixaram a gravadora, até álbuns solo foram gravados, como parte da "franquia" Jackson 5. O grupo se separou oficialmente em 1984.

Minha opinião:

É super necessário reconhecer a importância que o Jackson Five teve para a cultura, em vários âmbitos. Percussores do que hoje entendemos como boyband, ícones da música negra e revelou os talentos da família Jackson (que foi muito explorada por aquele pai embuste, é fato), principalmente do Rei do Pop.

Música:

Os Jacksons lançaram 11 álbuns pelo selo Motown e 7 pela Epic Records, totalizando 18 álbuns de estúdio. Como começaram a aparecer bem no finzinho dos anos 60, escolhi I Want You Back, que fora lançada em outubro de 1969.
A canção se tornou o primeiro hit número 1 dos meninos no ano seguinte e foi tocada nas primeiras aparições de TV do grupo. Até o fim do grupo, essa música sempre foi tocada nas turnês. Michael Jackson, durante sua carreira solo, apresentou I Want You Back em todas as suas turnês mundiais.
Olha que babies maravilhosos!

9 - The Kinks
A banda nos anos 60. Da esquerda para a direita: Mick Avory, Pete Quaife, Dave Davies e Ray Davies.

The Kinks foi uma banda de rock from the UK formada em 1964. Apesar de não tão hypados quanto os Beatles, os Rolling Stones ou The Who, os Kinks são reconhecidos como uma das maiores e mais influentes bandas de sua geração. 
Formada originalmente pelos irmãos Ray e Dave Davies (que permaneceram na banda até o fim, em 1996), Mick Avory (que deixou o grupo em 1984) e Pete Quaife (que saiu em 1969), a banda tinha como característica as composições que retratavam a cultura e o estilo de vida britânico. Se hoje nós somos todos loucos por Londres mesmo sem nunca termos ido, podemos agradecer também aos Kinks.
Uma das razões do sucesso da banda se deve muito às composições de Ray Davies, aclamadas até hoje pela crítica especializada. 
Curiosamente, após concluir turnê nos Estados Unidos, a banda foi banida do país, ficando proibidos de retornar até 1969, por motivos nunca esclarecidos, mas que, dizem as más línguas, teve a ver com uma briga que rolou entre Mick e Dave no palco, onde a porrada comeu mesmo o comportamento turbulento dos rapazes e gerenciamento ruim. Isso infelizmente prejudicou o crescimento dos Kinks, que não conseguiram emplacar tantos hits quanto outras bandas da época.
Da formação original, apenas Pete Quaife não está mais entre nós, pois faleceu devido a problemas renais em 2010. Atualmente, há um burburinho sobre uma reunião dos irmãos Davies para lançamento de novo material, que contaria também com o possível retorno de Avory. Seguimos aguardando novidades.

Minha opinião:

Meus amores, reizinhos e totalmente INJUSTIÇADOS! Mas também brigavam muito, credo. Você vai ler coisa de The Kinks na internet, tem treta no meio.

Música:

Em cerca de 30 anos de atividade, o grupo lançou 24 álbuns de estúdio e 4 ao vivo, 32 compilações e 88 singles. Os primeiros álbuns eram lançados de formas diferentes nos EUA (EPs) e no Reino Unido (álbum de estúdio), o que mudou após The Kink Kontroversy, de 1965, onde o material lançado nos Estados Unidos passou a ser o mesmo que o original. Na questão da música, eu escolhi falar de uma das mais importantes não só para a carreira dos Kinks, como para a Inglaterra: Sunny Afternoon.
Esse hino, integrante do álbum Face to Face, foi lançado em 1966 e rapidamente chegou ao topo das paradas britânicas, onde permaneceu por duas semanas. O que mais estava acontecendo em 1966 na Inglaterra? Copa do Mundo! E quem venceu? Os donos da casa!
Para alegria geral da nação, a Inglaterra venceu a Alemanha Ocidental por 4 a 2 e reza a lenda que, enquanto Bobby Moore, o capitão da seleção inglesa, levantava a taça, milhares de torcedores cantavam Sunny Afternoon a plenos pulmões no estádio. Outros dizem que a seleção cantou a música após a partida, nos vestiários. Independente de como realmente aconteceu, fato é que a composição de Ray Davies acabou se tornando o hino não oficial da conquista daquele ano.
Será que na rixa Beatles x Stones, eu seria Team Kinks? Talvez.

10 - Elvis Presley
Elvis em 1968, no Comeback Special.

Encerrando essa lista, ele, o homem, a lenda: Elvis Aaron Presley! Nascido em 1935 nos Estados Unidos, começou sua carreira estelar nos anos 50, sendo considerado por muitos como o rei do rock (mas todos nós sabemos que esse título, na verdade, é do Chuck Berry). Na década de 60, ele já era famosíssimo e aclamadíssimo, com a carreira bem consolidada. Neste período, Elvis investiu pesado nos filmes, que ajudavam muito da divulgação dos artistas da época. Apesar de não ser ator e da qualidade de seus filmes e trilhas sonoras ser bem duvidosa, seu carisma inegável conquistou muitos fãs e até críticos.
No ano de 1967, Elvis mudou um pouco o estilo, alcançando uma certa maturidade musical e, em sua vida pessoal, grandes mudanças também ocorriam: casou-se com Priscilla Beaulieu, com quem teve a única filha, Lisa Marie, no ano seguinte.
Foi nesta década, ainda, que aconteceram dois fatos bem importantes de sua carreira: o primeiro foi o especial da NBC, em 1968, e o segundo foram seus shows em, tendo escolhido Las Vegas, onde ele passou a realizar apresentações por diversas temporadas, dando início ao que hoje conhecemos como residência.
Presley influenciou tanto na cultura do local que até hoje, mais de 50 anos depois, é impossível viajar para Vegas e não ver alguém fantasiado de Elvis. Elvis celebra casamentos em Vegas!
Ele é considerado por muitos um dos maiores artistas de todos os tempos, por sua versatilidade, canções memoráveis e bela voz, apesar das muitas controvérsias em sua vida. Presley faleceu precocemente, aos 42 anos, em 1977, por uma disfunção cardíaca, chocando todo o país. Há quem diga que ele ainda está vivo, mas, como eu já disse, o papo de teorias da conspiração fica pra depois.
Em 2022, sua vida foi parar nas telas no filme Elvis, dirigido por Baz Luhrmann. O cantor é interpretado magistralmente por Austin Butler (olha as estrelas da Disney ganhando o mundo!).

Minha opinião:

Goste ou não, ele serviu de influência para uma boa parte dos músicos da época. Copiava os outros? Copiava, mas vamos deixar baixo.

Música:

A discografia de Elvis conta com 23 álbuns de estúdio, 18 trilhas sonoras de seus filmes e 8 álbuns ao vivo. É realmente difícil escolher uma música só, porém decidi comentar sobre uma das mais populares de sua carreira, Can't Help Falling in Love.
A canção, que é uma versão de Plaisir d'Amour, do compositor Jean Paul Martini, fez parte da trilha sonora do filme Blue Hawaii (Em PT-BR: Feitiço Havaiano), talvez o maior sucesso da carreira de Elvis. É considerada uma das músicas românticas mais bonitas de todos os tempos e, apesar de muitos artistas terem regravado, versão nenhuma chega aos pés da dele.
*Cries in Elvis*

O que concluímos é que tivemos de tudo um pouco nos anos 60 e, apesar do post só apresentar 10 artistas, muitos outros marcaram o período. Por isso, estou deixando #myplaylist com grandes músicas da época:


Next: The 70's! Prepare-se pra bater muito cabelo (sério)!

Espero que tenham gostado e vejo vocês logo, logo. Até a próxima década!