A vida não é uma aventura fácil, uma comédia do cotidiano ou um romance ardente: ela tem seus momentos de dificuldade; às vezes parece que não aguentaremos tantas quedas, notícias ruins, acontecimentos negativos. Mas aqui estamos, ficando de pé após ir ao chão e continuando a caminhada, porque é assim que deve ser.
Sempre acreditei que Deus só nos manda provas que podemos suportar. Se hoje sofro por alguma razão, é porque o Pai acha que sou forte o suficiente para vencer isso. É o que me motiva a seguir em frente. Nem sempre é fácil, a vontade de desistir geralmente é imensa, porém sigo firme. Se estou passando pelo que passo, tirarei algo de aprendizado e me aperfeiçoar pessoalmente.
Por mais clichê que possa parecer, realmente acredito que a dor é crucial para o amadurecimento. Sempre tiramos algumas lições das nossas vivências - sejam elas boas ou ruins -, mesmo que demore algum tempo até que possamos compreender. Todos diferimos nessa questão: aprendemos, vivemos, caímos e levantamos em ritmos diferentes, com frequências diferentes. Isso é o que nos torna tão únicos e especiais.
Entretanto, hoje fiquei pensando nos planos de Deus. Não é à toa que O chamamos de Pai, afinal nossa relação para com Ele é bem assim: temos sempre a certeza de que sabemos o que é melhor para nós, mas como? Somos eternos adolescentes, que acham que sabem de todas as respostas da vida, quando, na verdade, não entenderam nem a pergunta.
Ele nos ensina diariamente, mesmo que nem sempre a gente perceba, sobre a vida como ela realmente é. Nunca viveremos num mar de rosas, porque existem espinhos. Porém, rir durante a adversidade é um sinal de amadurecimento espiritual imenso, pelo menos na minha visão. Tudo pode dar errado e você está lá, firme, de cabeça erguida, sem perder a fé. Isso é força, confiança, coragem... Raridade.
Eu vivia me questionando sobre os planos de Deus. "Será que realmente existe algo para mim ou Ele me esqueceu?". Confesso que, após tantas decepções, minha fé ficou um tanto abalada. Todos temos esses momentos de dúvida e fraqueza, o importante mesmo é não deixar que sejamos resumidos a eles.
Me decepcionei uma, duas, inúmeras vezes. Quando desisti de criar expectativas, você apareceu na minha vida. Eu nunca havia visto seu rosto, mas no primeiro segundo você me pareceu estranhamente familiar, de uma forma boa. Era como se eu já te conhecesse há tempos e, enfim, te reencontrasse.
Não sei explicar como, quando ou por quê. Quando me dei conta, estava apaixonada. E não era aquela paixão arrebatadora que passa como um tornado e deixa rastros de destruição. É um sentimento tranquilo, que me dá mais forças, mais alegria, esquenta mais o peito. Não é bem algo que me completa, mas sim algo que me transborda. É o que chamam de amor.
Foi aí que finalmente entendi que Deus nunca esquece dos seus filhos. Ele nunca esqueceu de mim, apenas estava me preparando para cruzar seu caminho e vice-versa. Quando estamos sofrendo, chorando, sem vontade de lutar, não conseguimos enxergar. Contudo, depois que a turbulência passa, fica tudo claro como a água: Ele age de maneiras misteriosas, sempre nos dando o que precisamos, que não é o que e quando queremos, necessariamente. Sinto que precisava de você exatamente no momento em que apareceu.
Então, fica a pergunta: quem sou eu para questionar os planos de Deus? Como sua filha, hoje sei que Ele me conhece melhor do que ninguém e sabe do que eu realmente preciso. Nunca na vida imaginaria estar entre teus braços e hoje não me imagino vivendo em outro lugar. Agradeço diariamente por ter a honra de ter você como companhia de jornada, ontem, hoje e para sempre.